Remodelação da matriz extracelular: como os ativos tópicos e orais modulam a integridade da pele

A integridade da pele vai muito além da aparência superficial. Uma matriz extracelular funcional é essencial para firmeza, elasticidade e resistência térmica. Neste artigo, vamos explorar como nutrientes e ativos, tanto de uso oral quanto tópico, podem influenciar positivamente a arquitetura cutânea, promovendo resultados visíveis e sustentáveis para prescrições clínicas integradas. Já discutimos anteriormente sobre como os retinoides influenciam na elasticidade da pele — agora, vamos além, integrando outras estratégias bioativas.
O que é a matriz extracelular da pele e por que ela degrada com o tempo
A matriz extracelular (MEC) é uma rede tridimensional composta por colágeno, elastina, glicosaminoglicanos (GAGs) e outras proteínas estruturais, responsáveis por sustentar a integridade e funcionalidade da pele. Com o avanço da idade, exposição solar, estresse oxidativo e inflamação crônica, ocorre a degradação dessa matriz, levando à perda de elasticidade, surgimento de rugas e ressecamento cutâneo.
Além disso, a atividade das metaloproteinases (MMPs), enzimas que degradam componentes da MEC, aumenta significativamente com a idade e estímulos inflamatórios, contribuindo para a desorganização estrutural da pele.
O papel dos fibroblastos e da síntese de colágeno e elastina
Os fibroblastos são as células-chave responsáveis pela produção de colágeno tipo I e III, elastina, ácido hialurônico e outras moléculas essenciais para a renovação da MEC. Com o envelhecimento, a atividade dos fibroblastos diminui, reduzindo a síntese de fibras estruturais e prejudicando a regeneração tecidual.
Intervenções que estimulam a atividade fibroblástica — como o uso de vitamina C estabilizada, peptídeos biomiméticos e ácido hialurônico — têm se mostrado eficazes na restauração da funcionalidade cutânea, sobretudo quando combinadas em protocolos integrativos.
Como o ácido hialurônico atua na hidratação e estrutura da matriz
O ácido hialurônico (AH) é um glicosaminoglicano com alta capacidade de retenção hídrica. Ele atua como um agente de preenchimento natural na derme, conferindo volume, hidratação e suporte à MEC. Além disso, o AH apresenta propriedades anti-inflamatórias e estimula a migração de fibroblastos e a síntese de colágeno.
Estudos demonstram que o uso oral e tópico de ácido hialurônico contribui significativamente para a melhora da textura, elasticidade e luminosidade da pele, sendo um dos ativos mais promissores na estética baseada em evidências. Essa propriedade também foi discutida quando tratamos das inflamações ocultas e sua influência na composição corporal.
Vitamina C, peptídeos e antioxidantes: evidências na via oral e tópica
A vitamina C é cofator essencial para a síntese de colágeno, inibindo a ação das MMPs e promovendo o alinhamento correto das fibras colágenas. Quando estabilizada na forma de VC-PMG, apresenta alta penetração cutânea e menor potencial irritativo, sendo ideal para uso tópico diário.
Os peptídeos sinalizadores, por sua vez, estimulam diretamente a atividade dos fibroblastos, promovendo a produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico. Já antioxidantes como vitamina E, resveratrol e extratos vegetais ajudam a neutralizar radicais livres, protegendo a MEC contra degradação oxidativa.
A combinação sinérgica desses ativos tem demonstrado resultados clínicos superiores quando comparados ao uso isolado, especialmente na abordagem antienvelhecimento.
Ação combinada: sinergia entre suplementação e dermocosméticos
A utilização simultânea de suplementos orais e produtos tópicos potencializa os efeitos dos ativos, atuando em diferentes camadas da pele. Enquanto os nutracêuticos atuam no metabolismo celular e suporte sistêmico, os dermocosméticos entregam ativos diretamente na região-alvo.
A abordagem integrada permite melhorar a biodisponibilidade dos compostos, reduzir inflamações subclínicas, otimizar a renovação celular e fortalecer a matriz extracelular. Essa estratégia é especialmente eficaz em pacientes com pele fotoenvelhecida, flacidez e sinais precoces de envelhecimento.
Considerações para prescritores: perfis de pacientes, protocolos e orientações práticas
Ao prescrever protocolos de remodelação cutânea, é fundamental considerar o fototipo, idade, histórico de exposição solar e estilo de vida do paciente. Para melhores resultados, recomenda-se:
- Faciderm oral (ácido hialurônico, vitamina C, peptídeos): 1 a 2 cápsulas ao dia, por pelo menos 90 dias;
- Sérum Day Light (vitamina C estabilizada): aplicação pela manhã, após a higienização;
- Sérum Night Night (ácido hialurônico, niacinamida): uso noturno, favorecendo a regeneração celular durante o sono;
- Avaliação mensal dos parâmetros cutâneos (hidratação, firmeza, textura).
Essa combinação é segura, eficaz e baseada em evidências clínicas modernas, promovendo a reconstrução funcional da MEC e melhoria global da qualidade da pele.
Considerações finais e prescrição sugerida
A remodelação da matriz extracelular é um dos pilares da estética integrativa. A prescrição combinada de ativos orais e tópicos — como Faciderm, Sérum Day Light e Sérum Night Night — oferece suporte nutricional e bioquímico completo para reverter sinais de envelhecimento e prevenir degradações futuras da estrutura cutânea. Essa abordagem se alinha a outras estratégias discutidas, como o uso de antioxidantes tópicos e orais para peles reativas.
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Referências
- Maia Campos, P.M.B.G.; Mercurio, D.G. “Cosméticos dermofuncionais: princípios ativos e eficácia.” In: Atualizações em cosmetologia, vol. 2, 2018.
- Tadini, L. M. et al. “Efeitos da suplementação oral com ácido hialurônico e peptídeos de colágeno na pele: revisão sistemática.” Rev. Bras. Estética Funcional, 2022.
- Garcia, A. L. et al. “Vitamina C estabilizada: segurança e eficácia tópica em fotoproteção e estímulo de colágeno.” Dermato Funcional, 2020.
- Nunes, I. L.; Barros, M. E. “Ação dos antioxidantes no envelhecimento cutâneo: revisão crítica.” Jornal Brasileiro de Nutrição Clínica, 2019.